Eu não sei a quem recorrer. Não sei a quem pedir, ou até mesmo implorar. Por isso, jogo minha súplica ao vento para quem estiver de ouvidos abertos: desvie as pessoas que caminham rumo a esse abismo de desilusões que é ser gente grande
Uma poesia ártica, claro, é isso que eu desejo. Uma prática pálida, três versos de gelo. Uma frase-superfície onde vida-frase alguma não seja mais possível. Frase, não, Nenhuma. Uma lira nula, reduzida ao puro mínimo, um piscar do espírito, a única coisa única. Mas falo. E, ao falar, provoco nuvens de equívocos (ou enxame de monólogos?) Sim, inverno, estamos vivos.