Eu não sei a quem recorrer. Não sei a quem pedir, ou até mesmo implorar. Por isso, jogo minha súplica ao vento para quem estiver de ouvidos abertos: desvie as pessoas que caminham rumo a esse abismo de desilusões que é ser gente grande
segunda-feira, 29 de março de 2010
- vou parafrasear Thoreau então: "no lugar do amor, dinheiro, fé, fama e formosura...dê-me a verdade." Into the wild
(...) porque nem tudo se denomina. e o que domina é esse medo que longe de ter um nome verdadeiro estar. saber que é inadequado, não o torna inexistente. abrir o peito em direção aos canhões e mostra-lhes o que há ali dentro, esteja em estado liquido ou sólido, requer coragem, que um dia no tempo já tive. e quem tem medo traz nos pés a precaução, que nesse caso lhe serve como antónimo. penso que é hora de ir descalço. bem descuidadosamente. mesmo se for pra queimar os pés no asfalto ou sentir fura-lo em pedras. o nome disso aparece como vontade. coisa que dá e passa, coisa que passa e dá de novo. num ciclo que podia parar agora mesmo e tomar outra forma. a fim de que tudo se acalmasse de uma vez só. e só não ficasse.
domingo, 28 de fevereiro de 2010
não quero me despir e me despedaçar se inteira me doou, quero inteira permanecer quando findar.
- em si tratando de mim, eu decido por você - em si tratando de você, eu decido por mim
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
céu da boca de luas variantes e estrelas cadentes quentes mãos entrelaçadas na fina calçada fria no fio do cabelo macio embaraçado nos dedos estralados
guarda um pedaço do agora pra o depois continuar sendo
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
- toma Maria, amarra no braço. três nós e três pedidos - carece disso não Ana. vou na missa todo dia - santo de barro tem ouvido entupido Maria
Uma poesia ártica, claro, é isso que eu desejo. Uma prática pálida, três versos de gelo. Uma frase-superfície onde vida-frase alguma não seja mais possível. Frase, não, Nenhuma. Uma lira nula, reduzida ao puro mínimo, um piscar do espírito, a única coisa única. Mas falo. E, ao falar, provoco nuvens de equívocos (ou enxame de monólogos?) Sim, inverno, estamos vivos.