terça-feira, 8 de dezembro de 2009
quando imaginava o beatle John
segurando a sua mão
sem perceber o que fazia,
Alice D. dançava sozinha no seu quarto
oito dias por semana
na,na,na,na,na,na,na,na
- ei, doutor, o que há de errado
em gostar de escutar os meus discos dos beatles?!?
não vejo nenhum problema nisso
- bem, garota, não é um mistério,
seu distúrbio é um caso sério e esquisito
receito tratamento imediato
na,na,na,na,na,na,na,na
Faichecleres
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
é hora de silenciar-se
torna-se quando, lá dentro, tudo pulsa com vigor extremo
enquanto cá fora os olhos só querem o verde e um girassol
terça-feira, 3 de novembro de 2009
E vai continuar pra sempre...
terça-feira, 20 de outubro de 2009
sábado, 12 de setembro de 2009
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
ela queria...
jogar o anzol, esperar o seu nascer
e quando ele tivesse mordido a isca, puxar
depois guardar num cesto
fazer o dia renascer quando bem quisesse
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
domingo, 9 de agosto de 2009
quarta-feira, 29 de julho de 2009
terça-feira, 21 de julho de 2009
enquanto ela bailava no salão envolta pelo olhos alheios cintilantes.
nunca rasgou o cetim de alguém.
e apesar de saber que as pessoas possuem dentes como facas,
achou que nunca teria seu cetim rasgado com tanta veemência.
"linhas, costuras pra que te quero!?"
agora é hora de ver se ela sabe costurar de verdade.
sábado, 27 de junho de 2009
anatomia de um mo(vi)mento II
e o sorriso vem aos lábios,
involuntário
braços se estendem ao infinito
pernas entram na dança do correr e saltitar
o corpo se lança ao estimulo
mãos se entrelaçam um no outro
o abraço se faz
quarta-feira, 24 de junho de 2009
sábado, 6 de junho de 2009
preciso
quinta-feira, 4 de junho de 2009
etecéteras
terça-feira, 2 de junho de 2009
Que livro você é?
Antologia Poética -
Carlos Drummond de Andrade
"O primeiro amor passou / O segundo amor passou / O terceiro amor passou / Mas o coração continua". Estes versos tocam você, pois você também observa a vida poeticamente. E não são só os sentimentos que te inspiram. Pequenas experiências do cotidiano – aquela moça que passa correndo com o buquê de flores, o vizinho que cantarola ao buscar o jornal na porta – emocionam você. Seu olhar é doce, mas também perspicaz.
"Antologia poética" (1962), de Drummond, um dos nossos grandes poetas, também reúne essas qualidades. Seus poemas são singelos e sagazes ao mesmo tempo, provando que não é preciso ser duro para entender as sutilezas do cotidiano.
sexta-feira, 15 de maio de 2009
sexta-feira, 24 de abril de 2009
Ana
Ana saía todos os dias naquele mesmo horário para as aulas de piano. Era o momento mais tranquilo e sereno que conseguia ter em seu dia atribulado. Quando chegou ao saguão estranhou todo aquele silêncio, como uma escola de música poderia estar tão muda?! Havia somente ela, o piano, a escuridão no salão, e o silêncio. O piano estava a implorar por um som, e Ana como o entendia perfeitamente, sentou-se ao banquinho, estalou os dedos como de costume e pôs-se a tocar. Tocou uma valsa lenta, uma modinha, e até arriscou um clássico. Quando os seus dedos pararam de tocar as teclas, Ana as encarou e começou a vê-las de uma forma como nunca as tinha visto. Pensou em todas as pessoas que sentavam ali naquele mesmo banquinho, para tocar aquele mesmo piano, mas as melodias que entoavam não eram as mesmas, nem a forma como acariciavam as teclas. Pensando nisso veio a sua mente a ideia de que nada ali era mais o mesmo, como achara antes a olhos vistos. Não era o mesmo banquinho, nem o mesmo piano, nem a atmosfera era a mesma, pois haviam sido modificados por todos que ali estiveram. A partir do momento em que ela se sentou, estalou os dedos, tocou nas teclas do instrumento, e este por sua vez produziu sons tão distintos, modificou para sempre tudo naquele lugar, até a atmosfera que deixou de ser silenciosa e passou a ser sonora, nada permaneceu do mesmo modo, tudo mudava a cada instante, era um constante fluir.
na vitrola: 3namassa - na confraria das sedutoras
quinta-feira, 19 de março de 2009
novo
na roda que se forma quem entra parece que já sabe sambar
mas a canção muda
e essa mudança deixa o povo bambo
e assim se faz toda a beleza,
aquele povo todo aprendendo a sambar de novo
só enquanto a canção não muda.
segunda-feira, 2 de março de 2009
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
anatomia de um mo(vi)mento
e silencia
as mãos molhadas
denunciam
o mundo roda, roda, roda
e para no olhar
na vitrola: Chico incessantemente